Para quem não tem medo de pensar...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Harry Porter e algumas considerações teológicas



Antes de jogarem pedras sobre mim em função do rótulo dessa crônica, é bom pensarmos nas palavras antigas do próprio Cristo no contexto narrado pela Bíblia diante daquela movimentação popular que se fizeram em volta da mulher pega em flagrante adultério: “aquele que não tiver pecado que atire a primeira pedra”. Portanto, faça um exercício de introspecção mental e pense nas suas próprias aberrações ou se quiser seja um pouco menos preconceituoso meu caro leitor.

Alguns bons informados estudiosos tanto do cristianismo quanto que ávidos leitores do romance da escritora inglesa autora da saga do bruxo Harry Porter em alguns pontos concordarão com minhas palavras na medida em que dissertarei aqui.

Nessa semana tive a oportunidade de assistir o lançamento do 5º filme série do Harry Porter intitulada O Enigma do Príncipe, e não deixei de estabelecer e perceber alguns pontos de contato entre a saga mágica e alguns pontos da teologia cristã. Especialmente nesse ultimo filme da série onde o personagem principal, o bruxo Harry Porter é chamado de “O Escolhido”, ou em outras cenas de “O Eleito”. Para início de conversa, não há como negar o forte apelo aos elementos mágicos, bruxos, duendes, feitiçarias, mundos mágicos, porções mágicas, forças das trevas e outros mais que compõe o romance, fazendo com que a proposta filosófica do filme tenha de início um ponto em comum com o cristianismo ou se quisermos, um ponto em comum com várias outras religiões e que se trata do forte apelo espiritual.
Tudo o que se passa do filme é sobrenatural e está fora do mundo físico, ou seja, é transcendental. Claro que algumas semelhanças são esdrúxulas já que o cristianismo não é dual, isto é, não se trata de uma guerra entre duas forças iguais em poder, as forças das trevas e do Deus Todo-Poderoso já que a Soberania de Deus dentro da teologia cristã é incontestável de modo que tudo que existe está de alguma forma subordinado ao seu Poder soberano. Ao contrário da proposta do romance, que além de ser tornar um instrumento de marketing que promove sutilmente a cultura do submundo da feitiçaria de forma aparentemente inocente aos olhos dos leigos o romance de Harry Porter a história do filme retrata duas forças iguais em poder dentro do antagonismo próprio da filosofia Maniqueísta, ou filosofia dos opostos a do bem e do mal.

Mas o ponto de que contato que não pude deixar de perceber é a semelhança inescapável entre o que salvou o bebê Harry e a história de Cristo. O cristianismo narra a história do Filho de Deus que se fez Homem e habitou entre os mesmos pregando o Reino de Deus e por fim se entregando aos judeus para ser torturado e sacrificado em uma cruz para com isso vencer a morte e proporcionar a vida eterna aos seus filhos e cuja mensagem central era o amor.
E em nada diferente, o romance da escritora inglesa J.K. Rowling conta a estória de uma mãe que dá a vida pelo filho sacrificando por ele por amor. Em função desse sacrifício de amor o bebê harry sobrevive a morte terrível que acometera seus pais pelas mãos de Tom Riddle e à partir daí segue o romance.

Pois bem, Harry Porter me parece ser uma daquelas cópias ou repetições típicas das telenovelas onde o mocinho se casa com a mocinha no final depois de muitos desencontros. Claro que a fórmula do Cristianismo é única, e digo isso por experiência fática e com clara lucidez de espírito e devoção, já que não houve e não haverá outro na história igual ao Filho de Deus Jesus Cristo.
Mas tenho que admitir que o marketing do romance clonado da escritora inglesa é digno de críticas ferrenhas, não só por instigar e tratar de coisas tão sérias em estórias que parecem ser inocentes sem nenhum problema, mas por fazer valer de verdades absolutas que estão além da compreensão humana.

sábado, 18 de julho de 2009

Toda repressão gera revolução

A frase "toda repressão gera revolução" parece soar mais como um clichê da ciência política, mas que guarda em seu significado verdades históricas da experiência humana. É bom esclarecer aqui que o termo revolução está ligada à idéia de inconformismo.
Desde o nascimento e desenvolvimento de um ser humano, por exemplo, o seio familiar pode ser o primeiro cenário social onde o fenõmeno da rebeldia ou da revolução no sentido mais negativo do termo pode conceber. Sabe-se que a família é o primeiro nível relacional estabelecido nas sociedades humanas mais conhecidas, portanto, é nesse ambiente que as primeiras noções de autoridade, obediências, regras e leis são ditadas. E não sem razão, é nos ambientes familiares que os primeiros sinais da rebeldia são constatados; obviamente não sem motivo. Toda repressão gerará revolução.
Tal frase soa às vezes como uma fórmula de relações intersubjetivas ação e reação, isto é, na medida em que se verifica repressão, se verificará a revolução.
Como já dito, a história não mente sobre tal relação entre rebeldia e repressão. É como se a rebeldida fosse uma válvula de escape do ser humano detentor da liberdade. A rebeldia nesse caso seria um ponto de equilíbrio entre o mundo das regras alheias e o mundo das regras pessoais.
Transpondo para a experiência do campo político, temos o exemplo mais recente da democracia há pelo menos 20 anos com a Constituição Federal de 1988 e o respectivo Estado Democrático de Direito no qual é inaugurado uma nova configuração política após anos de repressão da ditadura militar. Alguns estudiosos da constituição afirmam que uma das razões da nossa Carta Magma ser tão analítica e repleta de leis e detalhes está no fato de que o Brasil vinha de um período muito repressor. Esse exemplo não poderia ser melhor encaixado nessa dissertação porque a história da política brasileira demonstra este fato: toda repressão gera revolução.

sábado, 11 de julho de 2009

Sobre Piscinas e Tribos

Dentre todas os temas que tocam as ciêncas sociais, certamente a mais intrigante para mim é a sociedade. O que é, como se deu, e porque existe? São questões que sempre levantamos com o desejo de inquirir a gênese e estrutura desse fenômeno, peculiar a seres humanos e espécies do reino animal.


Hoje quero dissertar um pouco sobre uma desdobramento ou "braço" desse fenômeno que são as tribos.


Num conceito antropológico, Tribos são grupos humanos (formas de organização social) amplas entre aldeias (grupos indígenas). Transpondo esse conceito para a antropologia urbana as tribos metaforicamente vão significar grupos de pessoas reunidos por gostos comuns, em um conceito bem objetivo. A necessidade dessas novas tribos vem ganhando força social ao longo dos últimos anos dentro de uma sociedade que através dos meios de comunicação tende a homogeneizar os padrões de vida ditando moda, tendências e comportamentos. Um dos objetivos precípuos dessas tribos é a diferenciação em face dessa cultura de massificação.

A tribo são subgrupos em um plano microssociológico, quanto que a sociedade onde tais subgrupos se inserem pertence ao plano macrossociológico.

Pois bem. As tribos são locais de partilhamento comum. O que há de interessante nas tribos são suas estreitas semelhanças poéticas com as piscinas. Isso mesmo. Piscinas e tribos são locais de acomodação do comum. Permita-me melhor explicar.

As tribos pelo que até onde eu sei são espaços de gostos e tendências pessoais dos seus integrantes que não querem experimentar ou se misturar a outros gostos e tendencias. Por isso temos a tribos daqueles que gostam de Rock, de Pagode, de Moda, de Gótico, enfim. Essa é a premissa secundária das tribos, além de gostos comuns, os "tribeiros" não estão abertos a novas "culturas", digamos assim. As tribos representam mais que espaços de identificação cultural, são muros e barreiras que impedem o fluxo de novas tendencias, novos gostos. E assim são as piscinas, buracos fechados de água parada.


As semelhanças podem ser esdrúxulas, mas a idéia é a mesma, fechar-se para não renovar-se. Há um perigo iminente nessas tribos assim como quem toma banho nas águas paradas dessas piscinas.







quarta-feira, 8 de julho de 2009

O delírio do homem

Vez ou outra pelas páginas da História assistimos homens e mulheres se degladiando por aspirações religiosas. Uns preferem se envolver pela necessidade de transcendência, não sei se inata ou "copiada" socialmente, e outros preferem a negação ou até mesmo a inércia da laicidade.
Não importa a sua teoria.
Os mistério da religião sempre será uma pauta de discussão necessária a qualquer debate seja ele filosófico ou teológico. Kant por exemplo já afirmava isso que falar sobre a existência de Deus se tornou "figurinha carimbada", ou melhor, tema inescapável de inquirição do conhecimento humano.
De qualquer modo, argumentos bons e ruins seja para um lado da história quanto que para o outro lado não faltam. Existem boas razões para não se acreditar no divino quanto que boas razões para se crer nele. Diante da incerteza e da ausência de absolutos - fruto da própria crise do pensamento filosófico - chego a conclusão simplória de que podemos ter toda a liberdade de escolher uma outra opção.
Contudo, opções desaguam em consequências, e por sua vez, NÃO TEMOS A OPÇÃO PELA CONSEQUÊNCIA.
O pensamento humano e sua experiência complexa poderá chegar a conclusão de que pensar em Deus ou em seres divinos ilimitados em poder em relação aos seres humanos não passa de uma desculpa ou "modus fugindi" (neologismo) da realidade dura e cruel. Alguns constumam afirmar que a mentalização da divindade não passa de uma compensação da noção de limites compreendido pelas faculdades humanas. Certamente somos limitados tanto em nossa forma corporal quanto que na nossa forma incorpórea (compreendida pelas faculdades mentais).
Conforme dito, há plena liberdade de opção, só não existe liberdade de consequências. Por exemplo, quando escolhemos abolir o ensino das religiões nos ensinos fundamentais das nossas escolas não temos como optar pelo comportamento do sujeito que nasce e cresce em ambiente a-religioso. Pois como se é visto pela experiência em pesquisas da área jurídico-sociológica a pessoa condenada e que se encontra nos presídios tem mais chances de recuperação ou reeducação social quando optam por uma prática religiosa qualquer do que o sujeito que prefere se distanciar do fenômeno religioso. Isto é, se optam por alguma religião pressupomos que houve escolha pela existência da divindade.
Por certo, diante dos fatos e das experiências talvez o maior delírio seja do homem que diante dos fatos da natureza e da vida em sociedade ainda insiste em afirmar que a divindida ou Deus é um erro. Como já disse, o delírio é do homem.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O tempo não passa, quem passa somos nós.


O velho e o novo: construções justificadas na nossa débil e curta memória.

De vez em quando é bom que passeemos pelos e-mails antigos também, como alguns costumam fazer com fotografias, álbuns velhos, cartas antigas, velhas paixões.
É geralmente nesse tipo de pesquisa que nos lembramos de fatos interessantes e marcantes já esquecidos pela memória.

Ah, memória. Quão frágil e débil são os seres humanos. Já não bastasse as baixas qualidades físicas do corpo humano em relação aos animais, a memória, que até então é um dos requisitos da racionalidade dos seres humanos se mostra tão fraca e baixa como nossos músculos.
E por esta fragilidade intrínseca da memória e das suas potencialidades, ou melhor, suas impotencialidades, se preferirmos, que a atividade da pesquisa e da revisitação se fazem necessárias.

Então, se for possível meu caro leitor, deixe essa leitura por alguns instantes e volte nas mensagens mais antigas da sua caixa de entrada. Ao retornar pelos megabytes de informação acumuladas em algum disco rígido de algum servidor, sabe se lá na Inglaterra, por exemplo, você terá reações surpreendentes na tela do seu computador.

Normalmente, se sabe que somos seres fracos em relação as potencialidades do corpo animal, e que para suprir as deficiências inerentes à nossa estrutura biológica nos utilizamos da criatividade, invencionismo e racionalidade para criarmos objeto técnicos que imitem a capacidade hábil dos animais que falta em nós. Desta forma, por exemplo, criamos as facas e machados com pedras afiadas para buscar a precisão dos dentes afiados dos animais selvagens. Criamos roupas e desenvolvemos tecidos distintos para cada clima/estação por que não temos uma pele equipada com sistema de adaptação a qualquer temperatura como os répteis possuem. Criamos as rodas para nos deslocarmos no espaço com maior facilidade por que não temos pernas e músculos ágeis o suficiente para correr, por exemplo, há mais de 60 km/h como os guepardos africanos.

Deste modo, também, criamos uma máquina que supre nossa baixa capacidade de guardar informações: o computador. E assim guardamos milhares e bilhares de informações sem erro convertidos em bytes para mais tarde acessarmos a hora que quiséssemos. De algum modo criamos uma cultura de acesso fácil as informações sem muito esforço, o que acaba por formar preguiçosos.

Mas, voltando ao tema dos e-mails antigos, hoje, ao visitar algumas informações acumuladas há mais de três anos percebo coisas assombrosas. Quão fugazes somos. Não digo o tempo em si, mas nós, seres humanos. Por que são os homens é que criam esses nomes e conceitos do tipo tempo, relógio, velho, novo, passado, futuro. Isso tudo não passa de invenção, por que o que de fato passa é nós.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Memórias políticas de menino...

Memórias em Fronteiras dos Vales.

Ao passear pelas bandas da pequena cidade limítrofe entre os vales de Jequintinhonha e Mucuri chamada sugestivamente de Fronteira dos Vales me deparei com o velho passado dos tempos de menino infante e peralta que ali vivera em mim. Foram tempos áureos.
Tempos bons porque para todo menino de oito anos de idade as férias de fim de ano eram os dois meses mais esperados do ano inteiro. Ainda me lembro de um desenho feito à lápis à pedido da professora da 1ª série cujo objetivo da atividade seria representar no papel as lembranças mais inesquecíveis de todas as férias. Pois bem, ainda guardo na memória as exatas linhas daquela arte desenhada. Eu sentado em uma pedra à beira de um riacho lá em Fronteira dos Vales denominado “córrego novo”, olhando para baixo vendo meus amigos, companheiros de peraltices, paixões platônicas, todos molhados e alegres.
Enfim. Lembranças daquelas bandas. O que na 1ª séria me pediram para fazer em desenho, hoje, aqui vou tentar desenhar da mesma forma essas tais lembranças, só que em forma de palavras.
Fronteira dos vales resguarda dentro de mim, dentre várias memórias, imagens das festas tradicionais do folclore local que ocorriam no mês de Janeiro. A festa chamava-se “Boi Janeiro” e consistia em um arrastão de pessoas pelas ruas de pedra da simplória cidade atrás de um boi feito à madeira com panos pintados suportados pelos ombros de um sujeito que, imagino eu, deveria ser bem forte. No cortejo do boi pela cidade músicos à frente com violões, batuques, triângulo e um acordeão. Em volta os curiosos, e dentre a maioria desses curiosos os meninos e meninas. Mas o fato que mais nos prendia àquela festança toda era as velozes avançadas do boi sobre a multidão.
Aquilo me fascinava porque era perigoso e ao mesmo tempo divertido. A multidão era obrigada a prestar atenção a todo instante para não correr o risco de ser atacada pelo infame animal de madeira. Mas no fundo eu sabia que tudo aquilo não passava de uma festa.

Outro fato do cotidiano fronteirense que me vem à mente é a rivalidade política. Penso eu que não outro lugar no mundo em uma democracia que seja mais fácil de tomar um partido do que em Fronteira dos Vales. Vou explicar por quê. A política local desse pequeno município costuma ser dividida não com ênfase nos partidos legalizados como PT, PMDB, PSDB e outros “pés” e “bês”, mas sim, em pés rachados e pés lisos. A divisão é simples. Os pés rachados são àqueles conhecidos pelo esforço no trabalho. São trabalhadores ávidos e incansáveis, e por isso, apelidados de pés rachados. Já os pés lisos são àqueles acusados pelos pés rachados de não trabalharem, de serem preguiçosos engenhosos e bons para ganhar dinheiro sem esforço, isto é, duas filosofias bem claras e distintas uma da outra. Nesse caso, a política fica tão fácil de ser assimilada que as crianças desde novas são influenciadas pelos pais a tomar um desses partidos. Por tão fácil e interessante era tratada a política nesta cidade que certa feita quando entrava na maturidade eleitoral cheguei a pensei seriamente em mudar o meu domicílio eleitoral para Fronteira.
Obviamente, eu jamais cheguei a votar lá, mas de qualquer modo, não me esqueço da pedagogia política que esses grupos rivais os pés rachados e os pés lisos me ensinaram. E ser quiseres saber caro leitor, tal rivalidade perdura ainda no tempo após 20 anos de Constituição de Estado democrático de Direito.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Por uma nova ética

O óbvio, às vezes, deve ser dito e escrito sempre que necessário.
Hoje gostaria de discorrer sobre uma "obviedade"da vida humana, e que se trata da necessidade de convivência em sociedade, ou melhor dizendo, de coexistência, já que não apenas existimos como seres individuais (ou como aquele índio chamado sexta-feira que vivia isolado numa ilha), mas antes, coexistimos.
Hoje pela manhã ao pegar o transporte público (repare, público quer dizer lotado) presenciei uma cena que muito me chocou.
Um determinado sujeito que parecia demonstrar não ter o dinheiro exato para pagar sua passagem repassa ao trocador apenas algumas moedas que equivalia apenas à 60 centavos. Ele então repassa as moedas e segue para o fundo do ônibus.
Logo em seguida, numa atitude súbita, o trocador sai da sua cadeira, se desloca abruptamente ao fundo do ônibus e dirige ao passageiro que repassara apenas aqueles 60 centavos e diz:
"seja homem, deixe de ser covarde, acha que sou trouxa?"; "porque não disse que não tinha o dinheiro" (enquanto rispidamente o trocador falava ao mesmo tempo apontava o dedo de forma humilhante àquele anônimo passageiro); "pensa que eu não vi que você queria me enganar?".
Pois bem, espero que minha revolta aqui não seja confundida como uma quebra da neutralidade, sem bem que particularmente, neutralidade pra mim é um mito. Mas, voltando ao assunto, a minha revolta está exatamente no fato de que o cidadão da história que corresponde ao trocador não parou pra pensar por acaso se ele estivesse exatamente nas mesmas condições, ou melhor, na pele daquele sujeito anônimo que fora humilhado publicamente.
Por certo, o que reclamo nesta singela crônica é algo dito há mais de 2000 anos, mais ou menos assim: "tudo quanto pois quereis que os homens vos façam, assim façai vós também a eles".
As implicações dessa ética suprcitada são surpreendentes; uma vez que o interesse individual é colocado em função do outro (alteridade) tudas as atitudes, desde as menos ou as de maior relevância social deve ser pautada por esse princípio: de que tu deves fazer para o outro como se fosse para ti mesmo.