Para quem não tem medo de pensar...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O tempo não passa, quem passa somos nós.


O velho e o novo: construções justificadas na nossa débil e curta memória.

De vez em quando é bom que passeemos pelos e-mails antigos também, como alguns costumam fazer com fotografias, álbuns velhos, cartas antigas, velhas paixões.
É geralmente nesse tipo de pesquisa que nos lembramos de fatos interessantes e marcantes já esquecidos pela memória.

Ah, memória. Quão frágil e débil são os seres humanos. Já não bastasse as baixas qualidades físicas do corpo humano em relação aos animais, a memória, que até então é um dos requisitos da racionalidade dos seres humanos se mostra tão fraca e baixa como nossos músculos.
E por esta fragilidade intrínseca da memória e das suas potencialidades, ou melhor, suas impotencialidades, se preferirmos, que a atividade da pesquisa e da revisitação se fazem necessárias.

Então, se for possível meu caro leitor, deixe essa leitura por alguns instantes e volte nas mensagens mais antigas da sua caixa de entrada. Ao retornar pelos megabytes de informação acumuladas em algum disco rígido de algum servidor, sabe se lá na Inglaterra, por exemplo, você terá reações surpreendentes na tela do seu computador.

Normalmente, se sabe que somos seres fracos em relação as potencialidades do corpo animal, e que para suprir as deficiências inerentes à nossa estrutura biológica nos utilizamos da criatividade, invencionismo e racionalidade para criarmos objeto técnicos que imitem a capacidade hábil dos animais que falta em nós. Desta forma, por exemplo, criamos as facas e machados com pedras afiadas para buscar a precisão dos dentes afiados dos animais selvagens. Criamos roupas e desenvolvemos tecidos distintos para cada clima/estação por que não temos uma pele equipada com sistema de adaptação a qualquer temperatura como os répteis possuem. Criamos as rodas para nos deslocarmos no espaço com maior facilidade por que não temos pernas e músculos ágeis o suficiente para correr, por exemplo, há mais de 60 km/h como os guepardos africanos.

Deste modo, também, criamos uma máquina que supre nossa baixa capacidade de guardar informações: o computador. E assim guardamos milhares e bilhares de informações sem erro convertidos em bytes para mais tarde acessarmos a hora que quiséssemos. De algum modo criamos uma cultura de acesso fácil as informações sem muito esforço, o que acaba por formar preguiçosos.

Mas, voltando ao tema dos e-mails antigos, hoje, ao visitar algumas informações acumuladas há mais de três anos percebo coisas assombrosas. Quão fugazes somos. Não digo o tempo em si, mas nós, seres humanos. Por que são os homens é que criam esses nomes e conceitos do tipo tempo, relógio, velho, novo, passado, futuro. Isso tudo não passa de invenção, por que o que de fato passa é nós.

Nenhum comentário: