Para quem não tem medo de pensar...

terça-feira, 2 de junho de 2009

Por uma nova ética

O óbvio, às vezes, deve ser dito e escrito sempre que necessário.
Hoje gostaria de discorrer sobre uma "obviedade"da vida humana, e que se trata da necessidade de convivência em sociedade, ou melhor dizendo, de coexistência, já que não apenas existimos como seres individuais (ou como aquele índio chamado sexta-feira que vivia isolado numa ilha), mas antes, coexistimos.
Hoje pela manhã ao pegar o transporte público (repare, público quer dizer lotado) presenciei uma cena que muito me chocou.
Um determinado sujeito que parecia demonstrar não ter o dinheiro exato para pagar sua passagem repassa ao trocador apenas algumas moedas que equivalia apenas à 60 centavos. Ele então repassa as moedas e segue para o fundo do ônibus.
Logo em seguida, numa atitude súbita, o trocador sai da sua cadeira, se desloca abruptamente ao fundo do ônibus e dirige ao passageiro que repassara apenas aqueles 60 centavos e diz:
"seja homem, deixe de ser covarde, acha que sou trouxa?"; "porque não disse que não tinha o dinheiro" (enquanto rispidamente o trocador falava ao mesmo tempo apontava o dedo de forma humilhante àquele anônimo passageiro); "pensa que eu não vi que você queria me enganar?".
Pois bem, espero que minha revolta aqui não seja confundida como uma quebra da neutralidade, sem bem que particularmente, neutralidade pra mim é um mito. Mas, voltando ao assunto, a minha revolta está exatamente no fato de que o cidadão da história que corresponde ao trocador não parou pra pensar por acaso se ele estivesse exatamente nas mesmas condições, ou melhor, na pele daquele sujeito anônimo que fora humilhado publicamente.
Por certo, o que reclamo nesta singela crônica é algo dito há mais de 2000 anos, mais ou menos assim: "tudo quanto pois quereis que os homens vos façam, assim façai vós também a eles".
As implicações dessa ética suprcitada são surpreendentes; uma vez que o interesse individual é colocado em função do outro (alteridade) tudas as atitudes, desde as menos ou as de maior relevância social deve ser pautada por esse princípio: de que tu deves fazer para o outro como se fosse para ti mesmo.

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