Para quem não tem medo de pensar...

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Não sei por quê de tantos porquês...

A linguagem é um fenomeno vivo e dinâmico dentro das estruturas sociais. Isto é fato, mas nunca deixou de ser um ponto de discussão interessante dentro das ciências humanas, especialmente nessas últimas décadas quando a Filosofia e a Ciência passou a dar tratamento mais especial ao estudo das estruturas linguísticas. Estudar tais estruturas pressupõe alguns problemas básico de toda e qualquer investigação inicial. Por qual razão existem tantas palavras para uma mesma significação, e o contrário também ocorre, por que existe vários significados para um mesmo termo (polissemia)?

Ao estudar os vários usos do porquê dentro das regras gramaticais da língua portuguesa percebemos que, a linguagem, embora seja estabelecida em manuais e gramáticas por estudiosos para fins de esclarecimento e segurança para as comunicações e entendimento do que está se falando, assumirá contornos conforme os usos do lugar, dos costumes e hábitos dos seres que comunicam. Os critérios de normatização da linguagem adotados pelos estudiosos nem sempre batem com os anseios da fala popular. Para resolverem esse distanciamento entre a linguagem falada do cotidiano e a linguagem formal e autorizada inventamos, por exemplo, as modalidades de fala: a vulgar, a culta, enfim. E em se tratando de Brasil - país de contornos e abismos continentais - além das modalidades existe as variações regionais, marcos e traços típicos da fala ou da escrita que são quase um fenômeno endêmico - próprio do lugar.

A linguagem é meio único por que os seres humanos interagem. Desde sons rústicos sem palavras, gestos, fisionomias, escritas, símbolos, desenhos, pinturas, construções - todos esses elementos são transmissores de significados. O ser humano, na verdade é um ser simbólico, de significações. Tendemos a ser muito limitados nas espécies de um gênero, ou seja, esquecemos que um simples acenar de mãos, ou um franzir da testa, independente do contexto terá um significado, e logo, constituirá uma espécie de linguagem, uma vez que provém do homem. Sem linguagem (sentido amplo) estaríamos fadados à extinção.