Para quem não tem medo de pensar...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

O delírio do homem

Vez ou outra pelas páginas da História assistimos homens e mulheres se degladiando por aspirações religiosas. Uns preferem se envolver pela necessidade de transcendência, não sei se inata ou "copiada" socialmente, e outros preferem a negação ou até mesmo a inércia da laicidade.
Não importa a sua teoria.
Os mistério da religião sempre será uma pauta de discussão necessária a qualquer debate seja ele filosófico ou teológico. Kant por exemplo já afirmava isso que falar sobre a existência de Deus se tornou "figurinha carimbada", ou melhor, tema inescapável de inquirição do conhecimento humano.
De qualquer modo, argumentos bons e ruins seja para um lado da história quanto que para o outro lado não faltam. Existem boas razões para não se acreditar no divino quanto que boas razões para se crer nele. Diante da incerteza e da ausência de absolutos - fruto da própria crise do pensamento filosófico - chego a conclusão simplória de que podemos ter toda a liberdade de escolher uma outra opção.
Contudo, opções desaguam em consequências, e por sua vez, NÃO TEMOS A OPÇÃO PELA CONSEQUÊNCIA.
O pensamento humano e sua experiência complexa poderá chegar a conclusão de que pensar em Deus ou em seres divinos ilimitados em poder em relação aos seres humanos não passa de uma desculpa ou "modus fugindi" (neologismo) da realidade dura e cruel. Alguns constumam afirmar que a mentalização da divindade não passa de uma compensação da noção de limites compreendido pelas faculdades humanas. Certamente somos limitados tanto em nossa forma corporal quanto que na nossa forma incorpórea (compreendida pelas faculdades mentais).
Conforme dito, há plena liberdade de opção, só não existe liberdade de consequências. Por exemplo, quando escolhemos abolir o ensino das religiões nos ensinos fundamentais das nossas escolas não temos como optar pelo comportamento do sujeito que nasce e cresce em ambiente a-religioso. Pois como se é visto pela experiência em pesquisas da área jurídico-sociológica a pessoa condenada e que se encontra nos presídios tem mais chances de recuperação ou reeducação social quando optam por uma prática religiosa qualquer do que o sujeito que prefere se distanciar do fenômeno religioso. Isto é, se optam por alguma religião pressupomos que houve escolha pela existência da divindade.
Por certo, diante dos fatos e das experiências talvez o maior delírio seja do homem que diante dos fatos da natureza e da vida em sociedade ainda insiste em afirmar que a divindida ou Deus é um erro. Como já disse, o delírio é do homem.

Nenhum comentário: