Para quem não tem medo de pensar...

sábado, 11 de julho de 2009

Sobre Piscinas e Tribos

Dentre todas os temas que tocam as ciêncas sociais, certamente a mais intrigante para mim é a sociedade. O que é, como se deu, e porque existe? São questões que sempre levantamos com o desejo de inquirir a gênese e estrutura desse fenômeno, peculiar a seres humanos e espécies do reino animal.


Hoje quero dissertar um pouco sobre uma desdobramento ou "braço" desse fenômeno que são as tribos.


Num conceito antropológico, Tribos são grupos humanos (formas de organização social) amplas entre aldeias (grupos indígenas). Transpondo esse conceito para a antropologia urbana as tribos metaforicamente vão significar grupos de pessoas reunidos por gostos comuns, em um conceito bem objetivo. A necessidade dessas novas tribos vem ganhando força social ao longo dos últimos anos dentro de uma sociedade que através dos meios de comunicação tende a homogeneizar os padrões de vida ditando moda, tendências e comportamentos. Um dos objetivos precípuos dessas tribos é a diferenciação em face dessa cultura de massificação.

A tribo são subgrupos em um plano microssociológico, quanto que a sociedade onde tais subgrupos se inserem pertence ao plano macrossociológico.

Pois bem. As tribos são locais de partilhamento comum. O que há de interessante nas tribos são suas estreitas semelhanças poéticas com as piscinas. Isso mesmo. Piscinas e tribos são locais de acomodação do comum. Permita-me melhor explicar.

As tribos pelo que até onde eu sei são espaços de gostos e tendências pessoais dos seus integrantes que não querem experimentar ou se misturar a outros gostos e tendencias. Por isso temos a tribos daqueles que gostam de Rock, de Pagode, de Moda, de Gótico, enfim. Essa é a premissa secundária das tribos, além de gostos comuns, os "tribeiros" não estão abertos a novas "culturas", digamos assim. As tribos representam mais que espaços de identificação cultural, são muros e barreiras que impedem o fluxo de novas tendencias, novos gostos. E assim são as piscinas, buracos fechados de água parada.


As semelhanças podem ser esdrúxulas, mas a idéia é a mesma, fechar-se para não renovar-se. Há um perigo iminente nessas tribos assim como quem toma banho nas águas paradas dessas piscinas.







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