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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Meditações em Romanos

Paulo, que antes te sido convertido pelo Espírito Santo ao evangelho de Cristo, era perseguidor da igreja enquanto oficial do império romano. Paulo era, portanto, na sociedade civil considerado cidadão romano. Porém ainda não lhe tinha sido dada a oportunidade de viajar até Roma, algo que no início da carta ele deixa bem claro.


Sendo, pois uma vez defensor do império romano Paulo precisava esclarecer de que não tinha medo ou vergonha do evangelho e de mostrar sua nova fé para àqueles que antes o conhecia enquanto oficial do exército romano e perseguidor dos seguidores de Cristo, por isso ele escreve: “porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu, e também do grego”.

O contexto do apóstolo Paulo também nos permite entender também quando ele refere-se aos judeus e gregos, uma vez que o evangelho de Cristo rompia com as fronteiras da antiga dispensação da palavra de Deus pelo povo hebreu, tornando-se uma mensagem de caráter universal e reveladora da nova dispensação, pela graça, mediante a justificação do homem no sacrifício pelo sangue de Cristo.

Paulo, desde já preocupa-se em fundamentar a mensagem do evangelho na base da fé, ao contrário da primeira revelação de Deus dada pelas leis ao povo hebreu. Como se percebe, durante as demais cartas, o apóstolo discorrerá acerca da importância da lei e o papel da graça na conversão do homem.
Interessante que, apesar do conhecimento que Paulo tinha acerca daquilo que chamo de “primeira revelação”, ou seja, a antiga dispensação, pela lei aos hebreus, o mesmo não tomou o discurso da exclusividade da revelação que fora restrita a um determinado povo como forma de se tornar desculpáveis as demais gentes. Ou seja, o fato de haver Deus se revelado “aos pais pelos profetas” não quer dizer que Deus omitiu-se em revelar-se aos demais povos. Pelo contrário, “porque o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles”, e assim o apóstolo continua dizendo que as coisas invisíveis de Deus se manifestaram por meio de suas criações.

Ora, a criação foi exposta a todos os seres humanos de modo unânime e singular. O salmista já dizia que “os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”. Brilhantemente inspirado pelo Espírito Santo, Paulo já atentava-se para a defesa da fé pelo argumento criacionista, expondo que nenhuma mente humana é desculpável tendo uma vez conhecimento das obras de Deus por meio das coisas que foram criadas. Aqui, nós os apologetas da fé cristã devemos buscar uma das mais preciosas ferramentas para a pregação do evangelho.

Se notarmos com precisão, Paulo inicia suas cartas não expondo minuciosamente acerca da vida e obra de Jesus, pois os evangelhos sinóticos já possuem esse trabalho. Pelo contrário, Paulo enfatiza agora as bases pelas quais o evangelho de Cristo fora firmado. O mundo em que o apóstolo viveu era muito semelhante ao nosso, cheio de idéias e filosofias, num intenso caldeirão de culturas e costumes, numa sociedade que todo momento confronta-nos diante daquilo que seguimos e acreditamos. Necessariamente, a defesa da fé parte de uma convicção real de uma experiência pessoal com a Pessoa de Jesus. Daí porque a razão jamais suplanta a fé, ou vice-versa. O evangelho, basicamente, é a única das “ideologias” que não convence o homem apenas pela exposição intelectual de suas razões, pois a obra é do Espírito Santo, que “convence o homem do pecado, da justiça e do juízo”.

Um comentário:

Valdinei Fernandes disse...

a paz do senhor, que possamos entender que o justo viverá pela fé.
abçs.
Valdinei, www.pbvaldineifernandes.blogspot.com