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quinta-feira, 13 de maio de 2010

crítica ao culto das aparências

A realidade é por demais intrigante e complexa ao processo de conhecimento humano. Nos relacionamos com ela na certeza de que a mesma nos fornece as informações suficientes e necessárias para a construçao de alguns conceitos e verdades também. Algumas mentes se acomodam com os primeiros dados que a realidade passam aos cinco sentidos, outras mentes mais ávidas e inquietas não se satisfazem com as informaçoes puras que a experiência comporta, e buscam ultrapassar os limites da empiria.

Os acomodados e preguiçosos, conforme falei se contentam com as primeira informações vistas pelos sentidos; constroem seus conceitos e fundamentos sobre tais e vivem toda uma vida baseada nas aparências. Sim, as primeiras informações passadas pela realidade sem o crivo da racionalidade é demasiadamente aparente; controem verdades e conceitos aparentes já que não permitem o teste de limites da Razão. E por se contentarem com as aparências, passamos a acreditar nos modismos e tendências que visão capta no imediato. Por terem preguiça de pensar, algumas mentes se satisfazem facilmente com as teledramaturgias pedantes e repetitivas; outros se contentam com qualquer informação debatida desde os ambientes de butecos até aos ambientes mais solenes e formais.

Outros também, por serem tão submissos e condescendentes aceitam os discurssos alheios de um modo tão natural que manipulá-los e coordená-los é tão fácil quanto dirigir um carro de rolimã. Certamente há pessoas que se submetem às autoridades por constituir um dever legal, previsto vinculador, e nem por isso deixam de manifestarem sua vontade de forma menos determinada o possível.

Essas crônicas tratam de uma crítica ao culto das aparências, mas não deixa de ser um escrito de combate ao arrebanhamento manipulador de determinados grupos. Desde cedo, não discuto aqui sobre anarquia ou libertinagem sem regras e leis, pelo contrário, é clichê e jargão que qualquer organização necessita de um número mínimo de regras gerais para a sua sobrevivência. A crítica é cabível aos excessos que se manifesta em dois movimentos; o primeiro movimento parte daquele que detém o poder, o conhecimento e a capacidade de liderança, administração, prestígio e status social; e outro movimento está na capacidade de passividade do grupo ao qual o detentor do poder possui. Não se trata de uma releitura do poder carismático de Weber ou da crítica às religiões de rebanho de que Nietzsche trata. Repare que a sociedade está repleta de situações compostas por esses dois pólos, de um lado o pólo dos líderes, do outro o dos liderados; acontece assim nas Escolas, faculades e instituiçoes de ensino, professores e alunos, discentes e docentes; assim também ocorre nas manifestações religiosas em sua maioria, há os mais treinados que se tornam líderes e os liderados; na célula familiar, onde os pais e responsáveis se colocam como tutores, e os filhos como tutelados.

O processo de manifestação do poder de autoridade são desde as mais simples - semelhante à estas que ocorrem na célula familiar, até as organizações sociais, políticas e jurídicas. A dualidade dos pólos de autoridade sempre ocorreram nas sociedades humanas, e por sempre ocorrerem a grande parte pensa que a submissão decorrente do poder e da autoridade são elementos naturais da vida humana. Nem sempre. A humanidade sempre precisou de normas, regras e delimitações, mas, o direito de revolta é legítimo e faz parte de tudo àquilo que as atuais teorias psicológicas classificam de "ser humano". Somos complexos por demais em pensar que devemos apenas nos subtmeter a tudo e a todos. E tal deficiência se encontrará na maioria dos casos na passividade daqueles que se contentam e satisfazem com as aparências.

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