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segunda-feira, 1 de março de 2010

A vantagem dos Homens

Esta enfadonha ocupação, a de esquadrinhar tudo quanto sucede debaixo dos céus Deus deu aos homens.


Eclesiastes 3:19: "Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro, e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade”.

Por que tudo quanto acontece com os filhos dos homens, assim igual ocorre com os animais, ambos morrem, e todos respiram, logo a vantagem de um sobre o outro não existe, por que todos são insignificantes.
Da frase supracitada milhares de pessoas poderiam previamente emitir um juízo de valoração dizendo ser esta uma frase pessimista, cética, típica dos críticos e filósofos sem esperança; ou no mínimo acharem ser esta frase um tanto quanto melodramática própria de seres humanos depressivos. Não. Tal frase se trata de um versículo das Escrituras Sagradas que se encontra no livro dos Eclesiastes de autoria do maior filósofo bíblico: o rei Salomão.
Lendo à primeira vista variadas interpretações e significados podem ser extraídos desse texto do mesmo modo como quantas linguagens a humanidade desenvolveu para referir-se ao mesmo objeto. Assim como também a humanidade produz culturas distintas das outras. Não me preocupo, portanto com explicações menos irrefutáveis ou deduções mais adequadas, mas apenas com a repercussão do entendimento de que homens e animais em nada possuem vantagens sobre o outro. Claro que tal paralelo só se justifica ao lermos a próxima sentença do sábio rei, “todos vão para um lugar, todos foram feitos de pó, e todos voltarão ao pó”. Logo, entendemos ser a justificativa da comparação eclesiástica a morte como causa inevitável de homens e animais. Obviamente não foi uma generalização já que o mesmo sábio reconhece que aos homens, e não aos animais, foi dado o trabalhoso enfado de estudar e procurar entender tudo o que ocorre debaixo do sol. Reconheço que o sábio é utilitarista já que trata da inutilidade da vida humana, uma vez que esta está condicionada ao fenômeno da morte. Repare agora; entre homens e animais, àqueles são os únicos capazes de pensar sobre o seu próprio pensamento e conseqüentemente perderem tempo em discussões banais como esta que escrevo nesta crônica. Mas qual seria a razão de desenvolvermos linguagem, sons, palavras, enfim todo um sistema sofisticado de símbolos para comunicarmos para não brincarmos com ele? Pelos menos neste ponto, no qual fazemos das palavras sons carregados de informação , humor, sátira, ironia, cientificidade nos distanciamos dos animais. Com uma mesma expressão podemos dizer milhares de coisas, e com milhares de coisas podemos dizer apenas uma verdade!
Um maluco desses que inventam religião nada original dizia que a alma dos homens é superior a alma dos animais assim como a alma de Deus está distante da dos homens. É uma relação simétrica, percebem?

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