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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dinheiro em Cuecas: nem Freud explica...

Para alguns a cena é trágica, para outros dramática; e para os irreverentes, pura comicidade.
As imagens claras e flagrantes de políticos brasileiros recebendo propina, "ajuda para financiar campanha" e a escondendo em cuecas e meias tornaran-se escritas de mais um capítulo fétido e primitivo da democracia brasileira.
As instituições com toda a sua robustez teórica quase perfeita não resistem ao jeito malandro e brasileiro de ser sujo ao tratar de dinheiro dos outros. O político brasileiro, em geral, é aquele que ainda acredita na pessoalidade das relações públicas, no "pode fazer que ninguém estará te olhando", e , "não se sinta mal por ser corrupto, já que todos fazem a mesma coisa". E as justificativas só revelam o quanto somos irreverentes às leis e aos princípios democráticos.
Outro dia desses, o ilustre Presidente da República declarou que na política é necessário fazer acordos com os Judas - quer dizer - é necessário "conversar com os traidores". Para muitos críticos de plantão e cientistas políticos as palavras presidenciáveis não escapam de um imoralimos reinante fruto de instituições arcaicas e feudais.
Para mim, ao contrário, um equivalente teórico de um célebre clássico político da Renascença - o italiano Nicolau Maquiavel - autor de "O príncipe", em cuja obra está o imortalizado o mais clichê de todas as frases sobre a política abosolutista: "os fins justificam os meios".
Sim, por quê não pensarmos ser o nosso Presidente um político que coaduna com uma política desarraigada de santos e falsos moralimos? Não que eu seja simpático ao lulismo e àquela fase nostálgica e pretérita do líder sindical vermelhinho. Mas se precisamos atirar pedras em políticos "maquiavélicos" que atiremos pedras pois em Maquiavel. A mesma sociedade que aceita as teorias políticas descompromissadas com outros sistemas como a religião e a moral é a mesma que não aceita acordos entre "mocinhos " e "bandidos". Paradoxal.
Mas no caso brasileiro a separação entre moralidade e política está longe de ser uma construção teórica justificável à época como fora a obra de Nicolau Maquiavel no contexto político da formação dos Estados Nacionais. Em tempos de dominação religiosa em todos os campos dos saberes como era a igreja católica as palavrasa de "O Princípe" constituíram palavras de libertação da política.
Mas voltemos às cuecas. No Brasil a política construída pelos nossos representantes, entre processos de cassação de mandatao, denúncias de desvio de verbas e grandes esquemas entre empresário e parlamantares, constitui uma face freudiana, eu diria. Temos visto que cuecas e meias entre políticos são mais que peças íntimas responsáveis por esconder nossas "vergonhas". Cuecas e meias, especialmente cuecas, são objetos entre políticos de libertação sexual e dos velhos ranços da moralidade. Quandos vimos governadores e deputados colocando montantes de dinheiro em cuecas percebemos o quanto que a imagem brasileira das pernas, sol e bundas está também impregnada na classe dos representantes do povo.
É necessária uma teorização urgente acerca desse assunto: porquê dinheiro e cuecas são objetos tão conexos no cenário político?
Claro que, do meu ponto de vista machista mas descompromissado com qualquer moralidade, eu preferiria ver dinheiro em sutiãs, calcinhas, lanjeries, e etc...
Se Freud estive vivo hoje para ele eu faria a seguinte indagação: qual é o liame, o fio condutor que está por trás do dinheiro nas cuecas dentro das instituições do Poder Executivo? Ou melhor: qual foi o trauma sexual responsável por estas práticas políticas tão viciadas?

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