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segunda-feira, 18 de abril de 2011

A verdade do Humor

Palavras, algumas delas, existem apenas para se aproximar de uma ideia concebida abstratamente. Isso ocorre exatamente porque a palavra é tão plurívoca em seus usos e carregada de significados que somos obrigados a na maioria dos casos apenas pronunciar a palavra sem prestar atenção no que de fato está escondido por trás dela.


A palavra verdade cumpre os requisitos acima. Porque os homens tem necessidade da verdade? Aliás, esse texto é num certo sentido a busca de uma determinada verdade. A verdade talvez seja o centro das atenções da credibilidade. Somos confiáveis ou merecemos crédito desde que digamos a verdade. Somos condenados ou absolvidos a depender de que ponto nos encontramos da verdade. Jesus já dizia “e conhecereis a verdade, e ela vos libertará”. Nesse sentido, verdade não é apenas a correspondência dos relatos com os fatos, mas o ponto culminante do destino da humanidade.


A verdade, na nossa cultura de orientação cristã ocidental encontra-se misturada com a moral e a ética. O ideal, o bom, o positivo, o confiável, o honesto, o sincero está sempre ao lado da verdade, é como se o comportamento humano seja sempre dilacerado em suas realidades dicotômicas: a realidade da verdade que é boa, e a do seu oposto que é a mentira. Mas nem todo a suportam.


Enquanto alguns se sentem libertados quando falam e vivem a verdade, outros, ao contrário preferem ignorá-la. Mas de algum modo todos precisam saber dela e ouvi-la. Mas o que dizer sobre a verdade do humor? Humor nada mais é que a possibilidade de alcançar e transmitir a verdade pela ironia e o sarcasmo. Humor é quando reproduzimos a realidade cruel e nua. O humor é uma espécie de licença poética. É possível ser racista, preconceituoso, ou seja, cometer atos criminosos passíveis de punição pela via criminal e ainda sim extrair o riso. Quem não conhece as infames piadas sobre gordinhos, gays, loiras, negros, brancos, enfim.

O humor nos fornece a liberdade de falar sobre e tudo e todos, e claro, falando a verdade. O ser humano ainda possui preconceitos, embora consiga omitir a verdade na maioria dos casos, exceto para o Doutor Carl Lightman do seriado “Lie to me”. Para este último a verdade nunca é omitida pelas expressões faciais, ou que ele mesmo prefere chamar de “microexpressões”, ainda que as palavras mintam, a verdade sempre goza de peso emocional. Isso explica também porque o homem se sente mais incomodado com a verdade que com a mentira. Certa feita ouvir um humorista falar que o humor era uma ferramenta de sobrevivência, era o que preservava da morte mesmo alfinetando a sociedade.

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